sexta-feira, 29 de novembro de 2024

A MISÉRIA DA NOSSA POLÍTICA É EXTENSÍVEL ÀS ILHAS

(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt) 

Aproprio-me aqui do racional associado ao excelente post hoje assinado pelo meu colega do lado, que subscrevo por inteiro. Quero, no entanto, acrescentar-lhe alguma condimentação mais com a chamada à colação do que vem sendo a convergente realidade da política paupérrima, e frequentemente pouco convencional em termos democráticos e de transparência governativa, praticada nas nossas belas Ilhas Adjacentes da Madeira e dos Açores.

 

A Madeira, ainda marcada por décadas de uma completa hegemonia do PPD/PSD, com ênfase para os trinta e sete anos de comando do hiperbólico Alberto João Jardim (acompanhados por alguns resultados em termos de desenvolvimento, ainda que à custa de formas e construções sociais no mínimo discutíveis) e, nos últimos nove anos, para a presidência de um Miguel Albuquerque que se tem vindo a revelar um governante incomparavelmente pior e bastante menos suportável do que o seu antecessor (além de mais profissional e mais cínico no plano metodológico). Os Açores, por seu lado, têm sido caraterizados por idiossincrasias temporalmente variáveis, onde sobressaíram um longo período do PPD/PSD (com Mota Amaral a ocupar o poder durante dezanove anos) e um longo período do PS (com Carlos César e Vasco Cordeiro a ocuparem o poder durante dezasseis e oito anos, respetivamente), ambos cheios de histórias nem sempre recomendáveis, até que uma situação de ausência de maioria absoluta conduziu a um governo da Aliança Democrática (liderado por José Manuel Bolieiro) parlamentarmente apoiado pela extrema-direita, isto é, sem a prevalência do “não é não” que Montenegro instituiu no Continente.

 

Tudo indica, agora, que nestas duas Regiões Autónomas se aproximam movimentações políticas de alguma monta, esperando os mais crentes que alguma higienização possa ocorrer com os mínimos a situarem-se no afastamento de Albuquerque e na perda de centralidade do “Chega”. Embora nada nos indique de que assim será, sobretudo porque se há coisa que interfere na constância política que tem marcado aqueles locais é a emergência de alguma caixinha de surpresas a impor-se de quando em quando...

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