terça-feira, 5 de novembro de 2024

PARA IR CONTROLANDO AS EMOÇÕES...

Enquanto aguardamos ansiosamente que os americanos se despachem, e se possível bem, com a sua votação presidencial de hoje, sugiro o recurso a alguns expedientes de diversão que permitam alguma mudança de registo nas cabeças dos mais inquietos. Neste plano, o último programa dominical de Ricardo Araújo Pereira constitui uma proposta que reputo de incontornável e que só não é completamente alienante – muito riso, pouco siso! – porque construiu os seus sketches em torno de factos e declarações reais e não centrados em hipérboles criadas pelo comediante.

 

Abro o apetite dos nossos leitores com quatro referências imperdíveis (mas não únicas): as despesas de viagem e alimentação sob investigação da ex-presidente da Câmara de Setúbal (Maria das Dores Meira) e as suas mal amanhadas “explicações”, as inacreditáveis “elucidações” e propostas de Manuel Pinho (que já parece mais desligado do que capaz de articular argumentos razoáveis), a audição parlamentar de um médico acerca do “caso das gémeas” (um portento simultâneo de frontalidade e descoco!) e a entrevista de um Jaime Nogueira Pinto ali perdido numa nostalgia inconsequente (desafiando a sua própria inteligência de cidadão do mundochega mesmo a ser trumpista!) em relação aos tempos em que o reacionarismo era a sua dama exclusiva e não tinha que o matizar com os mínimos de decência que as suas atuais aparições públicas lhe determinam.



Há momentos verdadeiramente hilariantes no programa, mesmo significativamente incomparáveis nessa estrita perspetiva, pena é que na realidade os mesmos correspondam a posicionamentos assumidos por gente que tinha a obrigação de ser ou ter sido menos ligeira nas opções de vida tomadas, na sua forma de estar e nas escolhas que irresponsavelmente patrocina. Entretanto, que venha logo de Washington a resposta que o mundo livre ansiosamente espera!


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