Aí está ele, o aguardado livro autobiográfico de Angela Merkel. O dito tem por título “Liberdade” (“Freiheit”) e contem memórias relativas ao período 1954-2021, isto é, vai às origens pessoais mais longínquas (incluindo os seus primeiros trinta e cinco anos de vida na República Democrática Alemã) e estende-se até ao momento em que a Chanceler sai de cena, em setembro de 2021, após dezasseis anos no centro do poder alemão e, por arrasto, europeu.
Diz-se por aí, algo especulativamente, que Merkel tenta mostrar-se tranquila em relação à sua pesada herança, a qual foi largamente inquestionada durante um longo período em que passou por ser a estadista europeia deste início de século até que foi crescendo o conhecimento público de algumas das evidências mais polémicas e bem camufladas do seu mandato.
A curiosidade não pode deixar de ser grande quanto ao modo como Merkel aborda estas evidências (ou se as aborda de todo) e as enquadra e explica no contexto das respetivas conjunturas e vicissitudes históricas, embora não esteja seguro de que tal caminho intelectualmente adequado tenha sido o escolhido pela autora ou se a mesma terá cedido à pressão da imagem, da posteridade, do marketing e das vendas... Quando o livro estiver ao meu alcance, e apesar das suas setecentas páginas, não deixarei de me procurar inteirar sobre a matéria em causa e, justificando-se, de aqui revelar o que tiver conseguido apurar.
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