Volto aqui ao festejo dos 49 anos do 25 de novembro, realizado na Assembleia da República com uma pompa e circunstância almejada por muitos dos atuais responsáveis políticos no poder (presidencial, executivo e parlamentar) mas que se saldou por momentos inéditos na nossa história democrática, consubstanciados em discursos profundamente impertinentes e descontextualizados (para não os caraterizar como verdadeiramente trauliteiros ou caceteiros). A maior culpa esteve do lado dos pretensos “vingadores”, uns por incapacidade intrínseca de verem mais longe (como Paulo Núncio, um incomparável matarruano da nossa vida política), outros por completa incultura liberal (como Rui Rocha, um reacionário dos sete costados revelado em inimagináveis acusações indiretas ao 25 de abril), outros ainda por dever de ofício populista (como André Ventura, um protofascista em ode à barbárie praticada nas colónias), outros finalmente pela total ausência de cultura política de um cristão-novo que entende ter visto a luz já na fase declinante da vida (como Miguel Guimarães, um médico capaz que se deixou vaidosamente perder em favor de um exercício político tristemente abaixo de medíocre). Além de um Professor Marcelo em discurso bem esgalhado – embora num quadro em que voltou a evitar comprometer-se, como presidencialmente lhe competia – salvou-se Aguiar-Branco que, do alto de uma já longa experiência a “virar frangos” em contexto democrático, tentou com algum sucesso “colar os cacos” que tantos dos seus companheiros partidários ou de caminhada se andaram a esforçar por produzir. Até para o ano!
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