Vou atrás do último post do meu colega de blogue para reforçar o que nele escreve à boleia de Fernando Salgado (“Voz de Galícia”) e de Fernando Garea (“El Español”). O pantomineiro acima é o alemão Manfred Weber, um tipo que manda no PPE e inveja até ao tutano o poder de Ursula von der Leyen – os portugueses também não esquecem as suas provocações e maldades durante o período da Troika – e que agora encontrou, através do desesperado Alberto Feijóo (líder do PP espanhol), um eventual caminho de afirmação pessoal à custa do patrocínio de uma mudança histórica no contexto da construção do projeto europeu (a aliança, mais ou menos explícita, entre sociais-democratas e cristãos-democratas, hoje de algum modo ainda representados pelo PPE) segundo a qual o populismo de direita (ECR, desde logo, mas seria o que tivesse que ser) substituiria o S&D na coligação de comando dos destinos europeus (Comissão e Parlamento).
Depois há o já referido Feijóo, alguém que quase pôde ser presidente do Governo espanhol não fossem as habilidades de Pedro Sánchez mas que tem vindo a revelar desde aí uma debilidade estratégica e uma sede de vingança não compatíveis com as ambições que ainda ostenta. A nomeação de Teresa Rivera, entretanto posta em banho-maria, foi o expediente que encontrou para hostilizar o seu arqui-inimigo, segurar Mazón, lançar a confusão numa Espanha atordoada com a tragédia de Valência e, em conjunto com Weber, abanar negativamente a situação complexa que se vive no seio da União Europeia. E sim, a esquerda moderada reagiu utilizando a indesejável nomeação do “melonista” Raffaele Fitto (que tinha sido negocialmente engolida em seco) como elemento de contrapartida, assim acabando por ter sido postas em suspenso todas as nomeações de vice-presidentes da Comissão. As jogadas de bastidores prosseguem e já ninguém consegue garantir que a nova Comissão esteja em condições de arrancar no início do mês que vem – há que lhe chame realpolitik, eu prefiro ver em tudo isto uma manifestação inequívoca de quanto impera a falta de valores e a pouca decência nos políticos que hoje se nos deparam.
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