sábado, 30 de novembro de 2024

PORQUE NÃO OPTAR POR FICAR CALADO?

Recupero aqui hoje um velho mote em tempos utilizado neste espaço, inspirado naquele “¿Por qué no te callas?” com que o Rei de Espanha se dirigiu a Hugo Chávez numa Cimeira Ibero-Americana em que este interrompia em permanência o primeiro-ministro espanhol. Claro que a asneira é livre, assim como livre tende a ser a expressão de quaisquer ideias ou similares – o problema está, a meu ver e como a dúzia de exemplos acima ilustra, na desproporção entre o que se transmite e a realidade ou o conhecimento, para não dizer no seu completo desligamento; o que surge agravado quando o autor não se dá conta desses desfasamentos e parece convencido de estar a proporcionar aos outros e humildes mortais um pensamento de mão cheia ou quando o autor foi ou é agente nos domínios em questão e passa ao lado da sua própria prática na matéria ou quando o autor apenas estará a retribuir favores ou a mostrar distância em relação a quem lhos prestou ou quando o autor simplesmente não consegue resistir à atração do foco jornalístico independentemente de ter ou não algo para dizer. E há ainda, por fim, o discurso político transformado em propaganda barata, como o que levou o primeiro-ministro a convocar os portugueses para uma comunicação televisiva em hora de ponta e cujo conteúdo pseudo-securitário mais não era, afinal, do que uma mão cheia de nada...


(Felipe Hernández, “Caín”, http://www.larazon.es)

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