quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

1º DEZEMBRO


Primeiro foi o “Financial Times” em “Portugal and Brazil: role reversal” (http://www.ft.com/intl/cms/s/3/f0a2f264-56eb-11e0-9c5c-00144feab49a.html#axzz1fFCm77OX, 25/03/2011), aventando um modo “out-of-the-box” de solucionar os nossos problemas: a anexação por aquela antiga colónia, transformando-nos numa grande província daquele actual país emergente!

Hoje é o “Le Monde”, coincidentemente em dia de última vez (feriado) por decisão do estrangeirado Álvaro e em nome da produtividade e da Troika que rege o nosso “protectorado”, em “Retour à l’envoyeur” por Jean-Philippe Rémy (
http://abonnes.lemonde.fr/afrique/article/2011/12/01/retour-a-l-envoyeur_1611931_3212.html). Começa assim: “Eis o que se chama um mundo que muda: quando a ex-colonizada, Angola, se encontra na situação de comprar as propriedades do ex-colonizador, Portugal, e o faz sob o pedido pressionante deste, para o ajudar a escapar à bancarrota.” E prossegue: “Em 17 de Novembro, o primeiro-ministro português Pedro Passos Coelho (que conheceu a Angola colonizada, onde passou cinco anos da sua infância), saiu aliviado de um encontro com o Chefe de Estado angolano, Eduardo dos Santos, em Luanda. Este acabava de prometer ajudar Portugal a sair da sua má situação financeira actual ‘na medida em que tal sirva os nossos interesses mútuos’, precisou Zédu (apelido de Dos Santos).” E acrescenta, ainda: “O primeiro-ministro português tinha afirmado ter vindo a Angola para ‘lançar as bases de uma relação fundada numa excelência ainda acrescida’. Tratava-se sobretudo de convencer a ex-colónia a reforçar, de seu pleno grado, os investimentos num país para cujo enriquecimento tinha, durante séculos, contribuído contra vontade.”

De facto, a “curta visita” de Passos a Angola não terá tido tanto a ver com os avanços do relacionamento económico entre Portugal e Angola – já 6º mercado cliente, a caminho de 5º, e maior fora da Europa, forte atracção de empresas portuguesas (7000) – ou com os “dossiers” que foram objecto de “carrinhos de compras” passados (GALP, BCP e BPI, ZON, para só falar dos mais notórios). Além de possíveis questões ligadas com a dívida, o que está à porta são as privatizações e são elas e os seus apêndices que urgem. Há que dizer, a propósito, que não importa apenas assegurar transparência, porque tem sempre mais “na carta” e tem-no sobretudo agora que estamos a vender os “últimos anéis”; estando anunciadas evoluções para Dezembro – num “combate” que envolve brasileiros e angolanos, chineses e alemães e outras adjacências –, é programa “a não perder”…

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