domingo, 18 de dezembro de 2011

OCCUPY LONDON


Uma citação:
Não chega protestar, é preciso pensar como levar isto para a política e para fora para conseguirmos um movimento em massa. As assembleias gerais deviam fazer parte da vida cívica de Londres. Trata-se de reconstruir comunidades e laços entre os grupos a partir das bases e assumir responsabilidade
Bryn Phillips, Movimento Occupy London, Suplemento Pública, Jornal Público, 18.12.2011, reportagem (excelente) de Joana Gorjão Henriques (texto) e José Farinha (fotografia), “Não pagamos a crise”.
Os movimentos OCCUPY mantêm com a situação actual da economia mundial e dos prolongamentos da Grande Recessão de 2008/09 três pontos centrais de contacto:
  •  A denúncia do agravamento das desigualdades na distribuição do rendimento nas sociedades ocidentais, que continuaremos a analisar neste espaço;
  • O combate à desregulamentação do sistema financeiro que a globalização dos anos 80 e 90 determinou, com sérias consequências para a estabilidade da ordem mundial;
  • A desconstrução dos padrões e modelos de consumo e organização social que as sociedades modernas tenderam a gerar, em grande medida articulados com o primeiro dos pontos considerados (desigualdade na distribuição do rendimento).
 A consistência da acção é muito diferenciada em cada um destes elementos. É, por exemplo, muito relevante a ponte que alguns destes movimentos têm conseguido estabelecer com economistas fortemente críticos da incapacidade mundial de perceber as verdadeiras razões da crise e da inconsequente abordagem à mesma daí resultante. Na reportagem, Bryn Philips fala da insistência do movimento em envolver professores das universidades de Cambridge e Oxford a falar ao resto do país sobre as raízes do movimento. Nos Estados Unidos, o lema “We are the 99%” alimenta alguns dos blogues dos economistas mais proeminentes, centrado no conhecimento enviesamento da distribuição do rendimento norte-americana. No popularíssimo blogue de Bradford DeLong (http://delong.typepad.com), um dos temas centrais é provocatoriamente: “Somos os 100% - Temos um interesse comum e colectivo no Pleno Emprego e na Prosperidade Repartida”.
 Dá que pensar a inexistência de laços conhecidos ou pelo menos de diálogo entre a generalidade das forças políticas do espaço da governação e estes movimentos. Esse diálogo parece impossível ou pelo menos mais precário do que os contactos existentes com o pensamento económico crítico da abordagem à crise mundial. Porque será?

1 comentário:

  1. Esses moços podiam pensar que grande parte das dificuldades dos bancos resultam de terem emprestado muito dinheiro aos paizinhos para eles irem ao Starbuck's, ao MacDonalds e terem as suas Playstations e os i-Jobs todos da coleção.
    http://olinguado.blogspot.com/2011/12/youll-know-its-revolution-cause-there.html

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