Mantendo o
registo do último post de Freire de Sousa, a utilização de gráficos apelativos
como argumentos marcantes no debate que está ao rubro sobre os destinos da zona
euro está a multiplicar-se.
No Business Insider (http://www.businessinsider.com/unemployment-vs-nazi-party-vote-2011-11) o analista Dylan Grice lançou na blogosfera dois gráficos sobre o tão
falado receio alemão de uma hiperinflação (a chamada hiperinflação de Weimar). O
argumento é sugestivo e exigirá um regresso à história da época em maior
profundidade.
O primeiro gráfico analisa o comportamento relacionado da
evolução do desemprego na Alemanha com a ascensão do voto nazi:
O segundo gráfico compara a evolução da taxa de
desemprego no Reino Unido que abandonou o padrão-ouro e inflacionou com a da
Alemanha que permaneceu e não inflacionou.
A pergunta provocadora de Grice é a de saber se a
Alemanha tivesse inflacionado e conseguido reduzir a taxa de desemprego teria
ou não conduzido à votação nazi de 1933?
Estas simulações em torno da contrafactualidade histórica
são arriscadas e exigem ponderação. Mas uma vez que a situação actual rivaliza
em gravidade com a dos anos 30, a analogia não deixa de ser perturbadora. A
valoração dos riscos inflação e desemprego pende claramente para este último. Por
isso, os receios alemães talvez não estejam a ser correctamente focados, sobretudo se os virmos numa perspectiva europeia de desemprego estrutural de massa.
Sem comentários:
Enviar um comentário