quarta-feira, 20 de junho de 2018

COM OU SEM BOLHA...


O turismo é a galinha dos ovos de ouro dos tempos atuais da economia portuguesa. E abençoado, para bem de todos ou, pelo menos, de muitas famílias. Graças ao terrorismo, contrapõem os mais céticos, com alguma razão. Graças também às low-costs, acrescentam ainda outros observadores. Graças à qualidade da política pública setorial, afirmam os seus responsáveis diretos, como já afirmavam os seus antecessores e os antecessores destes (sem prejuízo, no momento presente, do meritório trabalho de Ana Mendes Godinho e da atual liderança do Turismo de Portugal). Graças à dinâmica trazida à economia nacional pela viragem da página da austeridade, juram os políticos mais propriamente ditos. Pois bem, eis que um dos grandes empresários nacionais do setor, Jorge Rebelo de Almeida, veio por estes dias alertar para o facto de se estar a formar uma bolha no turismo – e referindo-se embora ele mais a “um excesso na valorização dos ativos no setor do turismo” do que a um qualquer “turismo a mais” que “não temos nem de perto nem de longe”, o certo é que o aviso ficou feito por parte de alguém que não corre o risco de ser acusado de antipatriotismo nem de ser detentor de interesses contraditórios; parece, pois, razoável admitir-se ser chegado o momento de dizer basta a que continuemos a meter a cabeça na areia como a avestruz e, portanto, de olharmos com o devido cuidado e ponderação para o assunto em todos os seus multifacetados, e por vezes contraditórios, contornos; sobretudo, para que consigamos aproveitar as benesses do presente para preparar uma mais efetiva sustentabilidade a médio prazo...

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