(O traço implacável de El Roto que melhor do que nada e do
ninguém dá conta dos vazios que a luta política e democrática por vezes
determina acompanha-nos na reflexão. Adaptações a novas vidas são necessárias.)
O traço inconfundível de El Roto acompanha-nos no seguimento do que se vai
passando pela vizinha Espanha.
A moção de censura
terá apanhado desprevenida muita gente afeta ao PP que no Governo ou nas suas mediações
e intermediações terá de procurar novas ocupações. São assim as transições democráticas,
tanto mais exigentes quanto menos esperadas elas eram, como foi de facto a
mudança política em Espanha.
Mas, em meu
entender, não terão sido as expectativas da gente afeta ao PP que mais terá sofrido
o impacto da surpresa. Independentemente de um dia, mais ou menos próximo, a
gente afeta ao CIUDADANOS poder assumir o poder, a verdade é que a estratégia
de Rivera saiu furada por um golpe de asa de Sánchez, que jogou e arriscou no
tempo certo de oportunidade. O líder do CIUDADANOS deixou-se embalar pelo conforto
das sondagens e não fez as suas contas da aritmética eleitoral. E uma vez assegurada
a saída de Rajoy, não me parece que as gentes do PP morram de amores por dar de
mão beijada umas eleições ao CIUDADANOS no auge do seu conforto eleitoral. A
gente do PP precisa de tempo para organizar o que fica após a saída de Rajoy. Isso
não será compatível com eleições a muito curto prazo. E as formações políticas
autonómicas consideram a força política do CIUDADANOS o seu principal adversário.
Pode formar-se uma espécie de bloqueio de acesso ao poder à força política de
Rivera e não me admiraria que o balão eleitoral comece a esvaziar.
Entretanto,
o presidente da Xunta de Galicia começa a emergir bem posicionado para suceder a
Rajoy. Que raio de ADN sociológico tem a Galiza para formar líderes do PP?
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