sexta-feira, 24 de julho de 2020

CONTRA O VENTO


O brilhante último post do meu amigo António Figueiredo é na mouche. Aprofunda com total propriedade a linha do que eu aqui também procurei argumentar, com recurso a Münchau. Porque uma coisa é o acordo em si, a sua dimensão, a mutualização arrancada e a bazuca com que Costa irá poder enfrentar o resto do seu destino político, enquanto outra distintíssima coisa é tudo o que tem a ver com detalhes, princípios, parceiros de caminho e solidez transformadora do mesmo. Ora, de tão contentes que estamos – e talvez devamos estar –, todos e cada um dos europeus que dão conta, com o envelope alcançado, com o rebate conseguido ou com a aparência de poder tão exemplarmente exibido para consumo nacionalista, passa-nos ao lado a perceção lúcida do que de mais substantivo poderá acabar por ficar da espuma destes dias (execução concreta de tanta verdura digital ou de tanta digitalização verde incluídas, adicionada por cá a cardápios estratégicos de toda a ordem e a obra pública à ganância e onde se impõe, como é já bom de antever). Temo pelas consequências deste imenso fogo fátuo...

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