(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)
É tudo verdade: fechou-se um acordo e teremos um envelope confortável de dinheiros comunitários a caminho. Mas, dito isso, há inúmeras entrelinhas e demais detalhes a considerar.
Sobre Portugal, já aqui me pronunciei amiudadas vezes no sentido de que, a partir de um certo nível de quantidade, o problema real é mesmo de qualidade – esperemos que desta vez possamos fazer diferente nessa linha.
Sobre a Europa, prefiro ficar-me por uma citação da síntese de Münchau, hoje: por um lado, “os líderes da UE chegaram finalmente a um acordo, mas pagaram um preço pesado” porque “o acordo sacrificou investimento em transição para a mudança climática e I&D, fortaleceu os rebates nacionais e abandonou qualquer vínculo significativo com o respeito da rule-of-law”; por outro lado, e apesar de se ter logrado em geral uma certa proteção dos elementos de transferência orçamental do pacote, “a UE também perdeu outro grande ganho potencial: a capacidade de um grupo de países forjarem uma fiscal union entre si”. Em conclusão, e explicando-se por acréscimo: “Estamos num declive escorregadio. Pensamos que teria sido muito melhor para a UE que se reconhecessem as suas divisões e para um grupo de Estados membros que se prosseguisse uma união orçamental entre eles. Isso também se perdeu esta manhã”.
Sem comentários:
Enviar um comentário