Está em plena finalização o processo de afastamento definitivo de Dilma Rousseff do poder no Brasil. Com o mesmo à-vontade com que aqui explicitei a minha pouca simpatia pela personagem e pelo seu posicionamento político, quero aqui deixar dito quão lamentável e antidemocrática considero esta forçada destituição. Dilma cometeu certamente vários tipos de erros políticos e económicos, terá sido até complacente ou cúmplice para com indesculpáveis aproveitamentos partidários, pessoais ou de grupo por parte de altas figuras do estado-maior do PT (Lula incluído?), mas as suas “pedaladas fiscais” (reais ou pretensas) não constituem mais do que um pretexto mal explicado e pessimamente urdido para inapelavelmente a afastar. Ademais sob a liderança de gente não especialmente recomendável (como Temer em mau e Cunha em muito mau). Não sei se, em rigor, se pode chamar “golpe de Estado” àquilo a que estamos a assistir quase em direto, sei sim quanto me custa ver figuras democráticas e prestigiadas que admiro(ava), e senhoras de um louvável trajeto de serviço à causa pública, a prestarem-se tão candidamente a uma maquinação deste rasteiro quilate...
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