Um muito interessante gráfico utilizado pelo investigador Alessio Terzi como elemento do seu argumentário explicativo dos resultados pró-Brexit do referendo britânico. Assim: “A redistribuição, quer entre regiões quer entre indivíduos, continua a ser em primeiro lugar uma competência dos governos nacionais. A pobreza e a desigualdade tiveram um papel proeminente no referendo do Brexit. É, por isso, justa a declaração de que é a uma falha nas políticas e nos sistemas de bem-estar nacionais, mais do que europeus, que pode ser parcialmente imputada a culpa pelo corrente descontentamento com a União Europeia e o mercado único. Tal é particularmente verdadeiro no Reino Unido, onde a heterogeneidade territorial é largamente maior do que em qualquer outro país da UE.”
Importará não esquecer, todavia e como o autor também sublinha, quanto a criação do mercado único contribuiu para cavar divisões internas à União (entre vencedores e perdedores e entre ricos e pobres), divisões que os fundos estruturais têm estado longe de conseguir resolver (até pela sua própria escassez relativa – enquanto os 351,8 mil milhões de euros atribuídos à política regional para o período 2014/20 equivalem a 0,4% do PIB europeu anual, a promoção do desenvolvimento regional alemão ao tempo da reunificação traduziu-se em transferências avaliadas em cerca de 4% do PIB da então Alemanha Ocidental).
Por fim, e de entre as várias outras sugestivas indicações retiráveis do gráfico, destaco a da significativa homogeneidade relativa de Portugal (vejam-se os tamanhos comparativos das diferentes manchas nacionais) – um dado algo improvável, sobretudo à luz do discurso que por cá alguns vão insistindo em querer tornar convencional...
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