Recep Tayyip Erdogan está por demais longe de ser um “menino do coro” da cena política internacional. Antes se vai afirmando como um agente da mais alta perigosidade nesse quadro, como bem acaba de provar com a sua visita a Putin na imediata sequência dos acontecimentos ocorridos na Turquia em meados do mês passado. Contudo, e recuperando a sua importante entrevista de há dois dias ao “Le Monde”, há um ponto em que teremos de reconhecer algum acerto nas posições expressas por Erdogan e esse é – pasme-se... ou talvez não! – o que tem a ver com o desestruturado desenrolar das relações entre a Turquia e a União Europeia (UE). Cinquenta e três anos sem saída às portas da Europa e vítimas de uma completa ausência de sinceridade/frontalidade por parte da UE, os turcos têm claramente o seu ponto numa matéria que é apenas mais uma, embora de enormes implicações potenciais, a demonstrar as faltas, alimentadas ao longo de décadas, de um rumo claro e transparente no seio do projeto europeu e de uma visão geoestratégica prosseguida pelos seus principais atores e responsáveis políticos – é de falência, portanto, que voltamos a falar...
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