Após duas semanas esplendorosas e inesquecíveis em múltiplos planos, sendo de destacar especialmente uma organização originalíssima e impecável (pelo menos aos olhos do espectador) e o brilho de milhares de atletas de eleição espalhados por 45 modalidades disciplinares (algumas de duvidoso porte olímpico, a meu ver), fecharam ontem os Jogos de Paris com mais uma cerimónia de atrair o olho.
A acrescentar ao meu balanço pessoal de meio do espetáculo, limitar-me-ei a breves saliências adicionais: o recorde mundial do salto à vara do sueco-americano Armand Duplantis, a beleza extraordinária da natação artística e dos saltos para a água, as excelentes e disputadas provas observadas nos desportos coletivos mais convencionais (nomeadamente, andebol, basquetebol, futebol e voleibol, com a França a revelar uma afirmação marcante – conquistando o ouro em voleibol masculino e quatro pratas em outras das referidas modalidades) e a medalha de ouro dos ciclistas de pista portugueses (Iúri Leitão e Rui Oliveira), cuja genuína alegria pela inesperada conquista se tornou absolutamente contagiante e quase capaz de fazer esquecer as visivelmente estacionárias limitações da nossa dinâmica desportiva generalizadamente considerada.
Foram 90 os países que alcançaram uma medalha pelo menos, tendo o nosso ficado classificado no 50º de um ranking que discutivelmente é organizado com prioridade absoluta e sequencial ao número de ouros, pratas e bronzes. Ainda assim, os EUA encabeçam a dita tabela classificativa (40 ouros em 126 medalhas totais), seguidos da China (40 ouros mas 91 totais), do Japão (20 ouros e 45 totais), da Austrália (18 ouros e 53 totais) e da França (16 ouros e 64 totais), com a Grã-Bretanha em sétimo lugar mas a ser o terceiro país com maior número de medalhas totais. Um exercício simples de ponderação da hierarquia das medalhas, que produzi, determinaria o seguinte posicionamento: EUA (1), China (2), França (3), Grã-Bretanha (4), Austrália (5), Japão (6), Itália (7), Países Baixos (8), Alemanha (9), Coreia do Sul (10), Canadá (11), Nova Zelândia (12), Hungria (13) Brasil (14) e Espanha (15).
Um novo certame está agendado para Los Angeles 2028, mas, até lá, tanta vai ser a água que ainda há de correr por debaixo das pontes...
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