sexta-feira, 23 de agosto de 2024

DEPOIS DE CHICAGO

(Ricardo Martínez, http://www.elmundo.es)

Terminou a espantosa Convenção Democrata de Chicago. Espantosa sobretudo do ponto de vista organizativo e comunicacional, sem prejuízo também da qualidade da maioria dos conteúdos disponibilizados (com os Obama e os Clinton a primarem de modo altamente diferenciado e o candidato a vice-presidente a mostrar bem a justeza da sua escolha). Aqui chegados, e pouco mais de um mês passado sobre a renúncia de Biden, podemos afirmar com convicção que o estado da arte eleitoral mudou de modo significativo e que Kamala conseguiu trazer à tona potencialidades que tinham sido intrigantemente escondidas durante estes anos.

 

Mas se assim parece ser, o mais difícil está para vir – a luta eleitoral vai ser dura e cheia de escolhos e armadilhas que terão de ser enfrentados com firmeza e inteligência. A única coisa que sabemos, e essa é uma razão de esperança, é que as sondagens (gerais e nos swing states) se estão a revelar capazes de indiciarem a derrota de um Trump que quase já surgia como vencedor antecipado – abaixo um pequeno exercício nesse sentido, realizado a partir de uma simulação proposta pelo site da “RealClear Polling” (na figura de cima os seis principais estados duvidosos a cinza, na de baixo a situação-limite de vitória pressupondo ganhos em Wisconsin, Michigan e Pensilvânia – aqui mais complicado, mas dispensando o Arizona, a Georgia, Nevada e a Carolina do Norte!). Apesar da inacreditável posição de apoio que lhe será dispensado por um dos onze filhos de Robert Kennedy, numa atitude vergonhosa, e de manifesta traição, face ao histórico legado da sua família (em termos passados, sob a égide do embaixador Joseph e do presidente John, e em termos concretos atuais, perante a tomada generalizada de posição em favor de Kamala) só explicável por interesses pessoais muito fortes e talvez indizíveis. A bem dos EUA e do mundo, Kamala vencerá!





(Nicola Jennings, https://www.theguardian.com)

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