Teremos de convir que a Espanha não atravessa um bom momento em termos políticos. Com a agravante de Pedro Sánchez parecer ser o único protagonista com habilidade suficiente – apesar de um golpe de rins quiçá excessivo! – para ir contrariando ou manipulando as sucessivas dificuldades conjunturais que se lhe apresentam, e de Alberto Feijóo se estar a revelar relativamente pouco dotado para lhe fazer frente. É óbvio que aquela habilidade acaba por ser feita de negociações e compromissos que não apenas nem sempre se apresentam como especialmente éticas e/ou constitucionais como sobretudo não ajudam a responder aos verdadeiros problemas económico-sociais e estruturais do país.
Nestes últimos tempos, e após as cedências de Sánchez aos independentistas catalães do Junts, a Catalunha até veio dar uma ajuda eleitoral – viabilizando a singular hipótese de formação de um governo liderado pelo PSOE local (PSC), com Salvador Illa ao comando, apoiado pelos independentistas da Esquerda Republicana (ERC) –, mas o cada vez mais populista e intragável Puigdemont ainda vai tentando os possíveis para confundir e estragar em nome de uma causa que começa a ter tudo de pessoal e em quase nada se reporta aos princípios que proclama.
Sendo este um post estival, não aprofundarei os temas, limitando-me assim à expressão deste enfastiado desabafo – sem prejuízo de vaticinar que nuestros hermanos irão com alta probabilidade pagar com língua de palmo este prolongado período de indefinição e politiquice.
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