Passadas as primeiras duas jornadas da Liga e a pouco menos de duas semanas do fecho do estúpido e antidesportivo período definido para transferências de jogadores, o balanço possível só pode ser provisório e talvez até precário por precipitado. Mas a observação das capas dos três jornais desportivos nacionais clicou na minha cabeça uma formulação sintética que pode não estar longe da realidade: o Benfica está dominado pelo mercado (onde vende e compra como ninguém, às vezes parecendo que as vendas são mais um produto das bizarrias do seu treinador – como no caso de David Neres – do que de ofertas dificilmente contornáveis – como no caso de João Neves), o Sporting privilegia a continuidade em busca de um bicampeonato que já não alcança desde tempos imemoriais (mesmo quando não resiste a pequenas loucuras e vai colocando velinhas a Nossa Senhora para que nenhum predador ainda lhe venha roubar o seu ganha-pão atual, o sueco Gyökeres) e o FC Porto enfrenta as dificuldades financeiras herdadas de uma gestão inconcebível na expectativa de conseguir vender bem (até 100 milhões líquidos, diz-se) alguns dos seus valiosos ativos e de que Vítor Bruno o compense desportivamente com o “ouro da Casa” que por lá existe (incluindo o aproveitamento de um Iván Jaime que os humores de Sérgio tinham resolvido descartar) e de que ainda sobre alguma maquia para pequenos afinamentos num plantel escasso mas cheio de vontade. Um outro aspeto curioso destas semanas foi o do ruído em torno do eventual despedimento de Schmidt pelo Benfica após a derrota inicial com o Famalicão e de uma alegada contratação de Sérgio Conceição para o substituir, o que picou os comentadores (benfiquistas ou não) de modo quase “glorioso” e me deixou com água na boca quanto ao que poderia efetivamente resultar de um tal cenário – sendo que cada vez mais me parece que o problema dos “encarnados”, sendo também o da relativa incompetência técnica e emocional de Schmidt, estará essencialmente na visível incompetência funcional do seu presidente Rui Costa.
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