Tem sido um sonho desligar do quotidiano da nossa política à portuguesa, que ganhou nos últimos meses um ainda mais saliente modo saloio e descabelado. Com Montenegro e Pedro Nuno a banhos, ou pelo menos em atividade a tempo parcial, e com Ventura a falar cada vez mais sozinho, só a estranha e continuada dificuldade de partos em hospitais públicos alimenta o jornalismo caseiro, que assim nos concede algum higiénico descanso e apenas lhe acrescenta uma chusma de notícias definitivamente rasteiras (como a de uma especulativa disputa presidencial em 2025 encabeçada por Guterres ou Centeno e por Passos ou Marques Mendes, as incessantes movimentações de Marcelo, os alegados candidatos de PSD e PS às autárquicas, as nomeações de boys para os mais desencontrados cargos, o exercício primo ministerial de Rangel, a corajosa odisseia de João Félix em direção à Luz e mais umas dúzias como estas).
Não obstante, é caro que há que não deixar de seguir com atenção o que se nos vai impondo com origem no exterior, da inaceitável situação que se vive na Venezuela (como pode o ex-primeiro-ministro espanhol Zapatero prosseguir a sua ligação a um regime mentiroso, corrupto, violento e em desagregação como o de Maduro?) à aparente melhoria que se vai observando nos EUA (onde, depois do prolongado pesadelo que Biden protagonizava, se nos revelou um Vance a ultrapassar inesperadamente tudo quanto representa o pior em termos reacionários e emergiu seguidamente uma desconhecida portadora de nova esperança chamada Kamala e, com ela, um candidato acompanhante igualmente promissor), para não falar daquele que constitui o pai de todos os perigos em presença por estes dias num Médio Oriente que arrisca conhecer a escalada de guerra mais assustadora de sempre nas ditas paragens e um consequente recrudescimento de conflitualidades com enorme potencial de generalização à escala global.
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