Estive ontem todo o dia no interessante seminário internacional organizado no Porto (Serralves) pela Agência para o Desenvolvimento e Coesão (AD&C) e subordinado ao tema “Convergência Económica e Políticas de Desenvolvimento Regional”. Apesar dos vários tópicos estimulantes que foram sendo desenrolados e debatidos, matéria para outras possíveis incursões neste espaço, começo por selecionar para aqui trazer ao leitor a aragem bruxelense que o alto representante da Comissão Europeia nos trouxe quanto ao que nos espera no pós-2020 – explico-me: nós, Portugal e Europa do Sul, somos low-growth, apesar de já termos tido acesso a cinco ciclos de fundos estruturais; outros, Europa Oriental, são low-income, crescem forte mas remain very poor. E se ainda lhe juntarmos o lóbi por uma strong renewed regional policy for all regions (ideia de austríacos que conta com o alto patrocínio do Comité das Regiões e com largos e também estranhos apoios) e os efeitos sobre o orçamento comunitário decorrentes do Brexit e do enfoque nos taxpayers (que longe já vão os cidadãos, a Comissão como instituição focada no “interesse comunitário” e a correspondente prioridade à solidariedade fundadora!), não será preciso muito mais para que se realize a dimensão da “tempestade perfeita” que paira no nosso horizonte de militantes da miopia, da distração e da pequena inveja...
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