(Esta galeria tem
sido pouco revisitada, sinal de que não há rostos com passagem do tempo que
sejam suficientemente icónicos, mas eis que Jane Birkin decide enfrentar o
desafio de uma nova tournée pelo mundo, pretexto suficiente para acusar aqui a sua entrevista ao El País e
sobretudo algumas imagens…)
Aos 70 anos, com entrevista ao suplemento Moda do El País do passado sábado e regressada com o álbum Le Symphonique onde interpreta, como não
podia deixar de ser, música de Serge Gainsbourg, o rosto e a silhueta de Jane
Birkin cumprem rigorosamente os critérios da galeria das passagens do tempo que
organiza esta coluna de aparecimento errático e acidental.
A entrevista é uma peça preparada para funcionar como contexto de audição e
interpretação do novo álbum, realçando todo o simbolismo da relação com
Gainsbourg e com a revelação de que Birkin seria uma espécie de alter ego de
Serge para a sua vulnerabilidade e sentimentalismo, reservando para ele próprio
o tom mais desgraçado e provocador.
Gosto sobretudo da sua imagem de negro que contrasta bem com a icónica de pin up frágil de cesto de verga na mão,
em que toda a nudez era perdoada. É bem simbólica da passagem do tempo.
Para uma degustação preliminar do Le
Symphonique aqui fica a eterna Javanaise.
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