A reunião entre Montenegro e Pedro Nuno foi uma espécie de “faz de conta”. Como se previa, aliás, Não obstante, as posturas e as declarações conseguiram ser péssimas, muito piores do que, apesar de tudo, se podia esperar. Com o líder socialista a colocar arrogantemente a fasquia orçamental num plano inaceitável para o Governo e com o líder social-democrata a acusar agressivamente o adversário de radicalismo, ficou claro c.q.d. que nenhum queria que dali saísse nada de construtivo. Ninguém percebe quais poderão ser os próximos passos, impondo-se-me as ideias de que Pedro Nuno conseguiu o seu objetivo (atirar Montenegro para os braços do Chega e esperar que os dois ou três partidos de direita se entendam e evitem eleições ou que tal não aconteça e estas possam efetivamente ser antecipadas para as disputar a contragosto mais intrepidamente) e de que Montenegro idem (ganhar capital de queixa contra o PS, ouvir Ventura para o desacreditar e levar Marcelo a um novo ato eleitoral, que julga ganhará com ampla margem). Continuo convencido de que Ventura irá acabar por encontrar forma de votar a favor do OE para não perder o seu atual peso político-parlamentar, mas vai ser interessante (ou nem tanto, apenas curioso) assistir ao fugidio duelo tático que se vai travar entre ele e o primeiro-ministro, cada um a procurar fazer-se passar por patriota perante os cidadãos-eleitores que dominantemente já abominam todo este folhetim...
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