quinta-feira, 19 de setembro de 2024

E SE SE DEIXASSEM DE FOSQUINHAS?

Os voos rasantes da política portuguesa ganham uma crescente expressão, designadamente na pessoa dos seus principais protagonistas. Antes foi a dupla maravilha Marcelo-Costa, tão cheia de declarações de amor e fidelidade quanto de amuos e traições. Agora parece querer impor-se uma nova dupla com Marcelo e Montenegro nos principais papeis, não se percebe bem se consonantes no essencial ou se preferindo gerir os respetivos negócios (pessoais e autoafirmativos, bem entendido) à parte. Uma coisa tenho por certa, a correspondente à minha hesitação quanto a avaliar como mais ridículo as voltas de Montenegro no Douro aquando da queda de um helicóptero e da busca dos corpos dos respetivos tripulantes ou a indireta (“puxão de orelhas”) que lhe foi ontem dado por Marcelo quando afirmou que “por muito que as autoridades políticas sintam quase uma obrigação moral de ir mais perto daquilo que se passa, para respeitar o que estão a fazer os operacionais devem acompanhar tudo o que se passa mas não intervirem onde não devem nem são chamadas”; até porque não faltam ocasiões menos perturbadoras a um primeiro-ministro para mostrar serviço aos eleitores (e também não é a “superintender” ao combate aos incêndios!) nem haverá português que não recorde as incursões de Marcelo a Pedrógão Grande em 2017 e os seus pungentes abraços a Jorge Gomes (entre outras deslocações presidenciais em cima do momento de diversas tragédias). O pior de tudo é a sensação que nos invade de que ainda poderá faltar muito para batermos no fundo dos fundos...

Sem comentários:

Enviar um comentário