A Procuradora-Geral está a dias de nos deixar, após um mandato inqualificável e que ficará na petite histoire da nossa democracia. Tanto mais que ficará associada à interrupção de um mandato governativo que, por muito que estivesse a ser lamentável, tinha legitimidade bastante para prosseguir. Lucília Gago só teve um mérito: foi coerente até ao fim no desatino e numa aflitiva incapacidade de encarar a sua figura em exercício ao espelho da verdade, da decência e da verticalidade. E de outra coisa podemos também estar certos: quem quer que seja o(a) sucessor(a), tratar-se-á de alguém que entra com um handicap positivo: o de que fazer pior do que a Dra. Lucília será humanamente impossível.
A outra despedida a que aludo é a do ex-primeiro-ministro António Costa que, do alto do seu inchaço europeu – caído do céu, em condições simultâneas de falta de comparência das lideranças comunitárias e de imerecido benefício do infrator, que ainda hão de ser (ou não) mais bem esclarecidas – não se eximiu a deixar um rasto de mau gosto e falta de solidariedade política para com um secretário de Estado que o serviu esforçadamente e com lealdade, “empurrando” para ele de modo desnecessário a culpa associada ao estranho processo das gémeas brasileiras. Uma saída pouco curial e politicamente indecorosa que não me impede, no entanto, de lhe desejar uma estada feliz na Bruxelas do seu contentamento...
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