quinta-feira, 13 de junho de 2019

A INDIGNIDADE DE MORO

(Laerte Coutinho, http://folha.uol.com.br)


Se há figura sinistra na atualidade brasileira dos últimos anos, ela é a do juiz Sérgio Moro. Ocupando presentemente o lugar de ministro da Justiça e Segurança Pública no governo de Bolsonaro, após ter jurado que o exercício da atividade política nunca seria com ele, Moro começara por se distinguir especialmente enquanto um “justiceiro” acusador dos poderosos, ao melhor gosto das sociedades desiguais e atreitas a populismos fáceis. Neste quadro, Moro destacou-se na “Operação Lava-Jato” mas atingiu o máximo do seu esplendor no processo que conduziu à condenação de Lula da Silva. Sempre suspeitei que havia ali muita parra e pouca uva ou, se quiserem, muito de “olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço”; está agora a ficar bem à vista quanto assim é, de facto – e as suas vergonhosas e despudoradas interferências na investigação da “Lava Jato” classificam-no definitivamente em termos de uma baixíssima estatura moral que o Brasil não merece e não deveria ser capaz de tolerar.

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