(Só insensíveis e obstinados na negação das evidências
podem continuar indiferentes ao longo rol de implicações desastrosas que as
mudanças climáticas nos irão trazer. A imagem viral sobre a Gronelândia que circulou pelo
mundo é uma dessas evidências.)
Na minha última digressão de lazer pela Escandinávia, mais propriamente pela
Noruega com viagem de barco noturna da Dinamarca para Oslo, fiquei encantado
com a frescura e afirmação de vida que o degelo significa, já para fins de Maio
e inícios de Junho. Não se fica indiferente ao modo como os escandinavos vivem
esse momento de diluição do branco e aparecimento de outras cores e aquela água
que jorra cristalina de montes e montanhas é motivadora de vida e creio
compreender o júbilo das populações a viver tal momento.
Mas o degelo pode ter outros significados e as suas anomalias podem constituir
alertas preciosos transformados em evidências indutoras de políticas e de decisões
consequentes.
A imagem de um degelo anómalo na Gronelândia circulou viralmente pelas redes
sociais, alertando de novo as consciências mais distraídas ou obstinadas na
negação e até o Primeiro-Ministro espanhol Pedro Sánchez se viu forçado a
partilhar a seguinte reflexão: “Esta imagem da Gronelândia coloca diante dos
nossos olhos a emergência que enfrentamos. Governos e sociedade devem trabalhar
unidos para travar as consequências da crise climática. Isso está nas nossas mãos.
Nem um passo atrás pode ser dado”.
Os animais que puxam o trenó caminham sobre gelo derretido anormalmente na sequência
de um desvio de temperaturas médias para a época entre cerca de 3 graus e 15 a
17 graus centígrados segundo registos de estações meteorológicas locais.
Se algum dia revisitar a Noruega e o seu degelo normal já será irreversível
não ignorar o que de anómalo pode ser captado noutros degelos.
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