(André Carrilho, https://www.dn.pt)
Como o nosso Presidente da República, também eu me curvo sem hesitações de qualquer espécie perante o génio de Agustina Bessa Luís, a irreverente, independente e inclassificável escritora que acaba de desaparecer aos 96 anos. Sobre ela encontrei por estes dias quase tudo quanto poderia importar deixar dito, pelo que remeto para tais textos e me abstenho de sequer tentar acrescentar algo de útil ou relevante a esse tanto. Fico-me, nessa linha, pela prosaica lembrança de “Os Meninos de Ouro”, uma obra publicada aquando da minha estada em Paris (1983), que li quando por lá escrevia a minha tese de doutoramento e que me impressionou a ponto de ter escolhido um seu excerto para nota de abertura da mesma. Sendo que o meu caso não foi singular já que, logo no ano seguinte, o livro receberia o “Grande Prémio de Romance e Novela” da Associação Portuguesa de Escritores. E é assim que, através desta implícita referência aos meninos do Douro e a José Matildes, um homem político fatal do pós-revolução com francas parecenças em relação a Francisco Sá Carneiro, aqui quero deixar expresso um singelo tributo sem fim à vida e à obra de uma mulher rara que se chamou Agustina.
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