segunda-feira, 17 de junho de 2019

MISCELÂNEA



(Com um copo de Madeira na frente do computador, num dos múltiplos locais de alimentação em que os aeroportos portugueses e não só se transformaram, ou seja, como terão percebido no aeroporto da Madeira, pois recuso-me a entoar o nome de Cristiano, tento justificar as mágoas de um blogger atarefado, quase há quatro dias afastado das lides)

Pois a vida de trabalho deste idoso estatístico está cada vez mais complicada, com tempo para tudo menos para pensar reflexivamente algum tema para o blogue. No fim-de-semana, por entre outros afazeres de lazer (convívio de aniversário com amigos angolanos a subir o Douro), de intervenção cívico-académica (a falar de declínio demográfico e de envelhecimento na perspetiva da economia e da política de desenvolvimento na Conferência do Rotary do Porto e dos seus 70 anos) e de preparação do trabalho da semana. Hoje, no Funchal para uma intervenção no Conselho Económico e Social da Região Autónoma, em colaboração solicitada pelo amigo Oliveira das Neves, fazendo um balanço da atual programação até ao momento no âmbito da preparação do futuro período de programação, numa região que muito prezo e que estará politicamente ao rubro nos tempos mais próximos.

Pois, a partida e chegada bem matutinas ao aeroporto do Funchal tiveram que se lhe diga com duas aproximações à pista abortadas por visibilidade deficiente da mesma. Curiosamente, não foram os famosos ventos que demandam por vezes o concelho de Santa Cruz que complicaram a vida. Uma hora de circulação pelo ar em espera pela terceira abordagem à pista não é coisa que se recomende. Depois de estarmos psicologicamente preparados que iríamos parar a Porto Santo (a articulação operacional dos dois aeroportos continua a aguardar decisões mais profundas e consequentes), o comandante do avião que se chamava também curiosamente António Mexia, lá encontrou uma aberta e conseguiu a abordagem pretendida. Do ponto de vista político, Santa Cruz continua a ser uma terra sugestiva e é neste momento a origem de uma força política nova na Madeira, o JPP, Juntos Pelo Povo, que pretende medir o seu próprio pulso nas próximas eleições regionais.

A reunião do Conselho Económico e Social excedeu as minhas expectativas, com intervenções estruturadas e à altura do que se pretendia. Confirmei uma vez mais que as metodologias participativas dão sempre frutos. Tal como não se deve infantilizar o nosso discurso com as crianças, também me recuso a baixar o nível dos ambientes participativos. Pela minha leitura da Região, a qualidade da governação parece atravessar uma fase de alguma acomodação, estando a necessitar de algum abanão para manter o nível a que me tinha habituado. Ao contrário disso, o CES regional deu mostras de estar vivo e isso é um bom sinal.

Para concluir esta miscelânea de reflexões, agrupadas para quebrar o afastamento das lides, recordo aqui que a minha intervenção no Rotary se deu na mítica sala da Casa da Música, a Guilhermina Suggia. Estou habituado a estar do lado lá, mais ou menos embebido auditivamente (do esquerdo pois o direito já deixa a desejar). Nunca tinha estado do lado de cá e aquele palco intimida. Mas acho que a mensagem que deixei resultou, pois completou a de cientistas demógrafos que integraram o meu painel. As mensagens que deixei não são propriamente novidade neste blogue, mas voltarei a elas numa próxima oportunidade.

O voo da TAP está quase uma hora atrasado e amanhã o Alfa espera-me antes das sete da manhã. Para um idoso estatístico é demasiada animação.

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