sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

21D

(José Maria Pérez González – “Peridis”, http://elpais.com)


Sobre o ato eleitoral de ontem na Catalunha, deixo naturalmente a análise apurada para o reconhecido especialista na matéria em que muito justamente se tornou o meu colega de blogue e fico-me, desde já e apenas, pelo registo de alguns dados e primeiras impressões. Assim, e como muitas vezes alguns dizem do alto de convicções democráticas coladas à pressa, há que conceder que o voto popular tem as mais das vezes razão sobre a verdadeira essência do que está em causa – senão vejamos, em três penadas: (i) uma proposta moderada e não associada aos partidos tradicionais (Popular e Socialista) obteve o primeiro lugar; (ii) o chamado “independentismo” ganhou ao chamado “constitucionalismo” e deixou esparramada a ideia de que o problema catalão tem uma base real; (iii) Rajoy saiu fortemente castigado pelo seu imobilismo e má gestão do processo e tem diante de si uma monumental “batata quente”. Acrescentem-se duas precisões nada irrelevantes: a participação eleitoral foi a maior de sempre e dela parece também ter emergido uma razoavelmente indecifrável divisão da Catalunha entre o urbano e o rural (note-se, p.e., que foi Barcelona que deu ao partido “Cidadãos” 24 dos seus 37 deputados). Em suma: salvo uma improvável coligação transversal, e apesar de os “Cidadãos” serem agora a primeira força, a nova aritmética parlamentar só permite a repetição de uma aliança independentista (70 deputados com vista à formação do governo regional. E agora?

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