(Henrique
Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)
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O ano termina em puro desatino para os lados do Estádio da Luz. Depois de um período quase inédito de êxitos sucessivos, e sobretudo depois do que parecia ser a igualmente inédita evidência de uma capacidade dirigente para assumir com inteligência a hegemonia, eis que uma catadupa de emails veio perturbar as mentes encarnadas e contaminar os respetivos resultados desportivos [a uma prestação medíocre na Liga Nacional – apenas salva pelo VAR (veja-se abaixo uma síntese assente no pressuposto de serem apenas considerados lances com análise unânime por parte dos três ex-árbitros do “Tribunal de O Jogo” – admitindo que as grandes penalidades não assinaladas seriam convertidas e retirando a cada um os pontos obtidos a partir das mal assinaladas, o FC Porto teria hoje mais dois pontos do que os que possui, o Sporting teria a mesma pontuação e o Benfica teria simplesmente menos oito pontos) e pela extravagante equipa capitaneada pelo senhor Jorge Sousa no Dragão –, em paralelo com uma prestação miserável na Liga dos Campeões, somaram-se as eliminações nas Taças aos pés do Braga e do Rio Ave – no Porto, este simpático clube de Vila do Conde até já é conhecido por River Bird, em jocosa homenagem ao remake que proporcionou das falhadas Quartas-Feiras europeias do SLB].
Entretanto, e contrariamente às minhas expectativas, o meu FC Porto lá vai encantando os adeptos com uma garra regressada e um futebol vistoso sob a batuta de um surpreendente timoneiro chamado Sérgio Conceição. Primeiro lugar na Liga (com um forte e ambicioso Sporting bem à ilharga), em prova nas duas Taças e Oitavos na Champions. Neste último caso, apenas se trata de sonhar alto (embora o André Villas-Boas tenha dito hoje que o Liverpool é derrotável, tal poderá acontecer tanto mais quanto o Barça dê a sua ajuda, levando o Philippe Coutinho como consta que poderá suceder). Nos outros casos, acredito que tudo nos possa calhar em sorte (entre três vitórias, sobretudo o título, e três indesejáveis mortes na praia) mas também que o rigor nas contratações de Inverno fará uma importante diferença (aqui, quero confiar na perspicaz pesporrência de Bruno de Carvalho), não sem que acabe por ser (interferência dos árbitros e do VAR à parte) a efetiva dimensão da endurance física e psicológica das equipas e a qualidade on job dos seus técnicos a ditar os vencedores dos troféus em disputa. No que me toca, limito-me a fazer figas, já que não tenho qualquer meio de acesso aos emails que interessam para fazer a diferença...
(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)
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