(cartoon de Henrique
Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)
Ontem à noite fui à bola, como aliás já me tinha sucedido no feriado do 1º de dezembro – não há fome que não dê fartura! Em ambos os jogos, o que vi foi uma equipa do FC Porto bastante competitiva e competente (com Marcano e Telles mais Danilo e Aboubakar a encabeçarem as hostes), pesem embora os factos aparentemente inconciliáveis de a mesma não ter marcado qualquer golo que o árbitro sancionasse contra o Benfica e de ter concretizado cinco perante o Mónaco. Mistérios do futebol... ou talvez nem tanto assim.
Mas aquilo que aqui quero deixar realçado é a miserável prestação dos encarnados de Lisboa na Liga dos Campeões, traduzida na pior campanha portuguesa de sempre na prova e na nona pior formação de sempre na história da mesma (só graças ao Dínamo de Zagreb e ao Maccabi de Telavive – que assim merecem uma saudação agradecida! – é que os pupilos de Rui Vitória não chegaram ao desprestigiante título de campeões negativos absolutos do último triénio). Seis derrotas, zero pontos, catorze golos sofridos e apenas um marcado (embora perguntem alguns engraçadinhos como é tal possível se só o guarda-redes Svilar registou dois na própria baliza...), um cabeça de série que perde seis vezes, cinco jogos em branco, exibições paupérrimas, Luz vazia, vaias e lenços brancos nas bancadas. Uma desgraça total, pois, que só aqueles senhores vestidos de “amarelinho” que estiveram no Dragão quase logravam disfarçar – um disfarce que não deixa de se traduzir objetivamente em recolocar o Benfica dentro da corrida para a conquista do campeonato (que seria um inédito penta) em caso de vitória sobre o Sporting no dia 3 de janeiro.
(cartoon de Henrique
Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)
O mais interessante e misterioso de tudo é, no entanto, o facto de os responsáveis do clube se terem deixado apanhar pelo clima que esta época viram ser criado em seu redor – incapazes de uma resposta minimamente capaz ao caso dos e-mails, perderam o pé, caíram numa sucessão de armadilhas e aposto que vão acabar, sobretudo para procurarem contrariar os danos que estão à vista através da um tudo fazerem para virem a conseguir o sucesso desportivo nacional de maio, numa escalada de contratações de jogadores que hipotecará boa parte do que as suas opções de gestão financeira lhes tinha permitido recolher em termos de ganhos de diferenciação e credibilidade e de potencial de sustentabilidade futura. Ou seja: a espécie humana é nada menos do que incorrigível e o futebol revela-se irremediavelmente um cristalino espelho da vida...
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