(Pelas bandas do
Norte, com Rui Moreira Moreira à frente da tropa, muita gente se insurgiu contra
a então designada ardilosa política da TAP de promover a ligação Lisboa-Vigo, que
segundo as vozes da altura levava água no bico. Depois do fogacho, que deve ter deixado as
boas consciências regionais revigoradas, quantos são? quantos são?, ninguém
parece ter monitorizado a questão)
Pois o meu ceticismo
quanto ao Norte como força coerente de intervenção é já demasiado conhecido. Creio
ter razões para isso. Não gosto de fogachos inconsequentes, preparados para jornalista
ver e disseminar, sobretudo sem monitorização do que se combate ou pretende
promover.
Quando a TAP anunciou o
lançamento do voo Lisboa-Vigo-Lisboa, com a plena aprovação do irrascível alcalde
de Vigo, essa operação foi considerada ardilosa para os interesses do Sá
Carneiro, já que em última instância ela visaria o reforço do hub de Lisboa, atraindo
galegos não ao Porto, como se verifica, mas a Lisboa interessada no alargamento
do seu hinterland para voos intercontinentais. A TAP teve pelo menos a virtude de
compreender que tão amigos são o Norte e a Galiza, mas amigos, amigos negócios à
parte e os galegos nunca esconderam que o seu objetivo era mais vasto, era reforçar
a sua ligação com a área de influência da capital portuguesa. A nossa romântica
perceção da cooperação inter-regional tem impedido a cristaliza compreensão da
estratégia galega.
Uma monitorização adequada
desta questão e de uma eventual necessidade de crítica sistemática da mesma exigiria
o acompanhamento de duas coisas: seguir com rigor a evolução do número de galegos
que demanda o aeroporto de Sá Carneiro e olhar com olhos de ver para a evolução
dos números da ligação Lisboa-Vigo.
Da primeira, continuo
sem ter informação credível e não me consta que haja gente na Região muito
interessada na mesma. Da segunda, o Faro de Vigo (link aqui) fez-me o favor de me
documentar, usando uma metáfora adequada ao tema: “o voo Peinador-Lisboa ganha
altura”. Segundo o Faro de Vigo, a procura reagiu positivamente a adaptações de
horário introduzidas pela TAP, roçando presentemente os 4.000 passageiros.
Sem a comparação adequada
com a primeira variável, não é possível avaliar com rigor o que é que a iniciativa
da TAP tem retirado ao aeroporto de Sá Carneiro.
Será que alguém a Norte
se importa com isto? Ou terá sido um arrufo de momento?
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