terça-feira, 27 de novembro de 2018

“IMPLANT FILES”

(a partir de http://www.lemonde.fr)

São absolutamente extraordinários e indesmentíveis os avanços da medicina. A bem de uma mais longa permanência humana pelo planeta e de uma melhor qualidade da mesma. A tal propósito, um amigo meu costuma dizer com uma certa razão – e repito-o com a minha dose própria de ignorância na matéria – que a evolução é quase totalizante no que toca à dimensão mecânica, algo menos profunda quanto à dimensão orgânica e funcional e ainda incipiente relativamente à dimensão sistémica.

Pois o que o escândalo recentemente divulgado sob a designação de “Implant Files” – resultado de uma longa investigação de 250 jornalistas de 36 países e 59 órgãos de comunicação social, reunidos sob o chapéu do “Consórcio Internacional dos Jornalistas de Investigação” (ICIJ) – veio agora revelar cruamente foi o terrível estado da arte ainda vigente em matéria de implantes e dispositivos médicos, sobretudo nos planos regulatório em geral e de um escrutínio transparente e efetivo das intervenções em particular. Porque também aqui, como em outras áreas estruturantes das sociedades humanas modernas, a questão não está tanto do lado da capacitação e do conhecimento como do lado da dominância de uma insuportável selvajaria mercantil...

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