sábado, 16 de março de 2019

A CONFERÊNCIA DO PÚBLICO


Ontem no Porto, uma prometedora iniciativa do “Público” que acabou a saber a bastante pouco por manifesta deficiência organizativa e quase completo enviesamento ideológico – inaceitável e totalmente desviante, também em relação a uma justa partilha de responsabilidades decorrentes do último quinquénio que vivemos no contexto europeu, a escolha de um painel político com dominância de gente da área do PPE como Paulo Rangel, Lobo Xavier e Poiares Maduro, exclusivamente acrescentados de uma “flor” da esquerda minoritária e europeia q.b. como é Marisa Matias... Salvaram-se o discurso aberto, bem construído e devidamente focado do Presidente da República e alguns trechos do primeiro debate da tarde sobre temas económicos (ainda que com Daniel Bessa em plano inclinado e totalmente deslocado em relação ao conhecimento das temáticas essenciais, mas já a ensaiar adaptações). Quanto ao primeiro-ministro, um texto formalmente bem estruturado e integrando os temas essenciais, embora evidenciando uma falta de cozimentos que não lhe são fáceis na conjuntura que de modo magistral vai gerindo taticamente e com a presidência do Eurogrupo aos ombros – ah, e já agora, um detalhe que não será de todo irrelevante: não, a Europa não merece ser defendida, digo eu, sobretudo não o merece pelo seu curriculum e posicionamento recente em múltiplos domínios (gestão da crise à cabeça), o que deve, isso sim, é ser melhor refletida e trabalhada na medida em que é com certeza a melhor e única alternativa séria, estável e progressista que se oferece aos cidadãos europeus e nacionais. Detalhes provavelmente presentes ou implícitos no espírito do interventor, mas carecidos de uma explicitação que poderá fazer toda a diferença no sentido de uma desejável inversão da descrença da maioria dos portugueses e dos eleitores...

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