(Jo Ritzen, professor na universidade de Mastricht, propõe-nos
novas variáveis para guiar as políticas públicas dirigidas ao mercado de trabalho (link aqui).
O índice de satisfação ou
felicidade dos trabalhadores é apontado como um novo critério para aferir os
efeitos das políticas públicas relacionadas com o desempenho desse mercado. Ainda
na esteira dos propósitos simples do desaparecido Alan B. Krueger.)
O gráfico acima sintetiza o alcance de novas abordagens sobre o mercado de
trabalho e as políticas públicas que o pretendem influenciar. A satisfação obtida
pelos indivíduos com as condições de vida (o que poderíamos designar de
felicidade) é relacionada com a taxa de desemprego. Na investigação mobilizada
por Ritzen, o desemprego emerge como um forte determinante da felicidade, numa
relação de influência negativa e as políticas de proteção do emprego surgem positivamente
relacionadas com essa mesma felicidade. O que é importante notar é que o
desemprego é apontado como um fator de infelicidade ao nível dos efeitos de um
divórcio ou de morte de familiar. Mais ainda, as políticas ativas de emprego
cujo alcance se traduza em melhoria de oportunidades de criação de emprego traduzem-se
também em aumentos de felicidade.
A mensagem central do trabalho do economista holandês é por ele descrita:
“A sociedade deve ser
organizada de modo a incrementar a felicidade pessoal e o bem-estar. O emprego
assume um papel central neste contexto e a felicidade no trabalho aumenta a
produtividade, ao passo que o desemprego tem efeitos negativos na felicidade a
longo prazo. As políticas que reduzem o desemprego podem por isso aumentar a
felicidade, mas o tempo e os alvos dessas políticas são importantes. A robotização
pode diminuir o emprego de alguns grupos coma concomitante perda de felicidade.
Assim, para assegurar o bem-estar nacional e uma maior produtividade, os
governos devem colocar o pleno emprego no centro das suas preocupações.”
Uma mensagem simples mas poderosa. Mas, como Obama disse ontem a propósito
de Alan B. Krueger, a economia é uma via para melhorar a vida das pesssoas.
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