quarta-feira, 20 de março de 2019

A FELICIDADE NO MERCADO DE TRABALHO



(Jo Ritzen, professor na universidade de Mastricht, propõe-nos novas variáveis para guiar as políticas públicas dirigidas ao mercado de trabalho (link aqui). O índice de satisfação ou felicidade dos trabalhadores é apontado como um novo critério para aferir os efeitos das políticas públicas relacionadas com o desempenho desse mercado. Ainda na esteira dos propósitos simples do desaparecido Alan B. Krueger.)

O gráfico acima sintetiza o alcance de novas abordagens sobre o mercado de trabalho e as políticas públicas que o pretendem influenciar. A satisfação obtida pelos indivíduos com as condições de vida (o que poderíamos designar de felicidade) é relacionada com a taxa de desemprego. Na investigação mobilizada por Ritzen, o desemprego emerge como um forte determinante da felicidade, numa relação de influência negativa e as políticas de proteção do emprego surgem positivamente relacionadas com essa mesma felicidade. O que é importante notar é que o desemprego é apontado como um fator de infelicidade ao nível dos efeitos de um divórcio ou de morte de familiar. Mais ainda, as políticas ativas de emprego cujo alcance se traduza em melhoria de oportunidades de criação de emprego traduzem-se também em aumentos de felicidade.

A mensagem central do trabalho do economista holandês é por ele descrita:

A sociedade deve ser organizada de modo a incrementar a felicidade pessoal e o bem-estar. O emprego assume um papel central neste contexto e a felicidade no trabalho aumenta a produtividade, ao passo que o desemprego tem efeitos negativos na felicidade a longo prazo. As políticas que reduzem o desemprego podem por isso aumentar a felicidade, mas o tempo e os alvos dessas políticas são importantes. A robotização pode diminuir o emprego de alguns grupos coma concomitante perda de felicidade. Assim, para assegurar o bem-estar nacional e uma maior produtividade, os governos devem colocar o pleno emprego no centro das suas preocupações.”

Uma mensagem simples mas poderosa. Mas, como Obama disse ontem a propósito de Alan B. Krueger, a economia é uma via para melhorar a vida das pesssoas.

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