(O Carnaval é aquele período do ano em
que me sinto peixe fora da água. Por isso quanto mais depressa se esfumar melhor
para recuperar desta desconformidade …)
De toda a azáfama
que se vai vislumbrando na televisão ou na imprensa em geral sobre os
diferentes Carnavais locais que se combatem pelo melhor Carnaval de Portugal, retenho
apenas o entusiasmo de muita gente que passa o ano a trabalhar no duro para a
efemeridade destes dias. Tanto mais paradoxal, quanto alguns dos desfiles que
por aí se apregoam são simplesmente deprimentes, quase sempre com as previsões
meteorológicas a pregarem partidas aos organizadores e às ousadas donzelas que
pensam estar no sambódromo do Rio de Janeiro. A”alegria” da maioria dos espectadores
é por vezes confrangedora, quase parecendo que vai passar uma procissão de grande
devoção ou até um funeral.
Admito que
isso possa configurar a nossa peculiar maneira de festejar o dito e até poderia
compreender a sua comemoração como uma espécie de catarse e de crítica dos costumes
mas até essa dimensão me parece começar a perder força e fulgor.
Assim sendo,
e por mais que me esforce ao longo dos tempos, este é daqueles períodos em que
me apetece hibernar para acordar de uma ressaca de nada fazer, embora este ano
a competência, a juventude e a procura da sorte do jogo me tenham concedido um
momento, sozinho, de prazer e contentamento assistindo ao renascer da esperança
lá para as bandas do Dragão. De mal o menos.
Sem comentários:
Enviar um comentário