sexta-feira, 22 de março de 2019

MIGRAÇÕES AO DESAFIO

(https://journal.lemonde.fr)

Sou dos que acreditam que as dinâmicas e os movimentos populacionais à escala continental e global irão estar cada vez mais presentes na estruturação em curso de uma nova configuração da economia mundial. O que a interessante infografia acima reproduzida evidencia é, nesse quadro mutacional, o lado estritamente europeu da equação – e, de facto, se todos temos intuitivamente a perceção de uma evolução demográfica díspar entre o oeste e o leste europeu, não será talvez assim tão generalizada a ideia de uma potencialmente explosiva “fratura” em gestação entre aquelas duas zonas do Continente. Adjacentemente implícitas ficam questões cruciais como as da crucial relevância de uma boa e eficaz integração dos imigrantes para a sustentação do crescimento dos países recetores, por um lado, ou as do negativo impacto associado às significativas perdas, com correlativos riscos de viabilidade, que se fazem sentir em sede do “capital humano” de alguns países, por outro. Já a infografia abaixo aponta numa outra direção, designadamente ao desmistificar a ideia pró-populista de uma invasão europeia por parte de gentes africanas – atente-se, nomeadamente, em que apenas 10% dos movimentos migratórios na África Ocidental se efetuam com destino ao Velho Continente, contra 65% internos à região e nela impactando seriamente o respetivo desenvolvimento (“litoral-interior”, entre “megapolis” e “necessidades básicas” por satisfazer). Como alguém dizia: cuidado com as imitações...

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