Chego do Dragão, de onde trago um melão dos maiores. Assisti a um jogo emotivo e bem disputado, que talvez melhor justificasse terminar empatado. Em qualquer caso, o que ficou mais claro foi a vitória tática de Bruno Lage sobre Sérgio Conceição, agravada pelo facto de este ter primado por três erros crassos na construção da equipa — Militão de fora, dando lugar a um Manafá esforçado mas nitidamente inexperiente para estas andanças, Danilo de fora, deixando o miolo mal preenchido, e Soares de fora, fazendo com que a equipa se fixasse numa referência atacante exclusiva e previsível como é Marega neste tipo de jogos — e demonstrado uma absoluta falta de instinto a partir do banco. Do lado encarnado, os dois jovens centrais estiveram em excelente plano, assim como o defesa-esquerdo e todo o alinhamento de um meio-campo muito bem montado; de lamentar, apenas, algum antijogo e certas picardias dispensáveis (por parte de João Félix e Pizzi, em especial, já que as de Samaris correspondem mais a uma manifesta falta de jeito). No cômputo geral, um FC Porto a controlar e a trocar bem a bola mas demasiado sem profundidade, não tendo ainda podido contar com um único momento desequilibrador por parte de qualquer um dos seus valores individuais mais tecnicamente dotados (Brahimi e Corona, em especial, estiveram aflitivamente improdutivos). O campeonato terá assim ficado entregue aos da Luz, o que acabará por ser merecido para quem consegue vencer os dois jogos diretos ao seu principal rival, tendo este falhado rotundamente quando não podia falhar.
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