A semana que terminou teve por principal atrativo político dois lançamentos femininos a candidaturas à Presidência da República, no caso os de Marisa Matias e Ana Gomes. E, já ontem, o PCP apresentou também o seu escolhido para tal combate, o ortodoxo eurodeputado João Ferreira. Sendo absolutamente inquestionável que o vencedor de janeiro será o atual presidente, haverá quem desvalorize, a meu ver erradamente, a importância dos atos mencionados, sobretudo dado o papel controverso e limitado que entendem poderem aquelas figuras desempenhar ao longo dos próximos meses. A minha perspetiva é exatamente a inversa, tendo nomeadamente em conta quem e como está ao leme do País (presidente e primeiro-ministro), os tremendos desafios que crescem do lado dos extremistas de direita, o conformismo com que os partidos do mainstream tão fingidamente se digladiam (quem sabe se à espera de poderem vir a ser “forçados” a um maior convívio de poder), as tentações alternativas à direita por parte de Rui Rio e o demissionismo instalado no Partido Socialista (apesar de Pedro Nuno Santos, Francisco Assis, José Vera Jardim e de outros que se lhes seguirão), entre vários outros aspetos. Mas, neste quadro, resta-me uma verdadeira e, de momento insolúvel, dúvida metódica: haverá inteligência bastante nestes protagonistas que disputarão a medalha de prata para ajustarem as suas estratégias concretas à medida que a realidade dos apoios e das sondagens possa indiciar perigos maiores?
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