A “McKinsey“ tem estado especialmente ativa e contributiva do ponto de vista informativo e intelectual durante estes meses de pandemia, o que daqui se saúda muito efusivamente em si e pela qualidade intrínseca de um grande e diversificado número de relatórios divulgados. O gráfico acima provém de um desses excelentes relatórios (“Reimagining industrial supply chains”), pretendendo apenas dar conta de uma forte tendência em curso no tocante ao comportamento expectável do comércio internacional nos próximos anos, a saber: estimam os autores que um valor tão significativo quanto o de 4,6 biliões de dólares será objeto de rebalanceamentos geográficos em termos de origens e destinos dos fluxos de trocas à escala global; e atribuem esses mesmos autores tal movimentação a vários tipos de fatores, uns de natureza económica (intensidade capitalística, nível educacional da força de trabalho, complexidade dos produtos e distância ponderada pelo volume do comércio) e outros de natureza não económica (intervenções estatais associadas a razões nacionais de segurança, competitividade e protecionismo). Uma análise cuidada do gráfico, e de tantos outros como este, ajudaria certamente muito a trabalhos politicamente cuidados no sentido de robustecer a ideia de “reindustrialização” que a Europa (e nós por arrasto) tem vindo a propor como central no contexto da sua recuperação económica a vir – e mais não digo porque não pretendo atrapalhar nem criticar antes do tempo...
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