segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

DE PAPEL E SEM ESTOFO...

 
(a partir de Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt) 

Foi mau de mais o que ocorreu ontem com o meu FC Porto na Choupana, contra o Nacional da Madeira. Porque não se tratou apenas de um jogo mal conseguido, de uma arbitragem infeliz ou incompetente (embora Tiago Martins tenha demonstrado parcialidade, desde logo na atribuição dos tempos e em critérios disciplinares), de um ou vários erros individuais penalizadores (apesar da indesculpável fífia de Nehuén Pérez no primeiro golo) ou de opções ou substituições falhadas pela banda do treinador. Aquilo de que se tratou foi simplesmente da prestação mais desastrada de que me recordo em muitos anos, acrescida de um desnorte coletivo de bradar aos céus e de uma ausência de qualquer voz audível de comando no banco onde supostamente se senta quem corrige e quem dirige.

 

Impõe-se que, com urgência e no cumprimento de um respeito mínimo pelos associados com que tanto se enche a boca, alguém venha explicar o que se passa naquele balneário, quem faz nele o quê (e quem não faz) e porque se insiste na alimentação de esperanças de títulos em face da visível falta de brio portista (e de alguma classe e liderança, já agora...) que está a ser desesperantemente evidenciada nos sucessivos momentos decisivos. A chegada de André Villas-Boas foi essencial para a preservação da continuidade do clube, a sua gestão vai dando sinais encorajantes de inversão do rumo declinante e arruinante que se vinha manifestando no passado recente, as suas opções futebolísticas pareceram acertadas em função das circunstâncias altamente constrangedoras que se lhe apresentavam, mas o que está agora em causa é a sua capacidade de reação à adversidade desportiva, não especialmente quando a bola não entra e, isso sim, perante matérias que exigem experiência, inteligência emocional e capacidade de ouvir mais do que um grande conhecimento tático e de explanação do jogo.

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