Ao que parece, o novo responsável pela diplomacia americana (Mark Rubio) terá sido instado pelo presidente a dar prioridade ao dossiê ucraniano, o que se não deixa de saudar.
Por um lado, porque a evolução da guerra no terreno não dá sinais específicos apontando para um qualquer fim, quase três anos volvidos (vejam-se os mapas acima, ilustrativos de avanços relativamente diminutos das tropas russas e de algum retrocesso no controlo ucraniano de território russo, no oblast de Kursk).
Por outro lado, porque a situação em presença ganha generalizadas razões de incomodidade para todas as partes, determinando uma “fadiga” e alguma desorientação estratégica que são cada vez mais visíveis em Zelenky e nas capitais europeias e que, na Rússia, são acompanhadas por manifestações autoritárias de disfarce sobre as dificuldades económicas, políticas e militares que por lá se vivem – não tratando hoje aqui de algumas das mais relevantes de entre aquelas, saliento a dimensão “perdas humanas”, onde já são mais de 800 mil os combatentes russos mortos ou feridos desde o início da guerra (gráfico abaixo); com o recurso a tropas norte-coreanas (12 mil homens enviados em outubro passado para ajuda na defesa e eventual contraofensiva em Kursk) a ser acompanhado por baixas muito significativas (cerca de 92 por dia) e a tornar previsível que, ao mesmo ritmo, aquele contingente liminarmente tenda a esgotar-se até abril próximo.
Atentemos nos próximos passos, sendo que Zelensky lá vai fazendo das tripas coração junto de Trump (que adora ser bajulado!) e que Putin já terá irritado Trump por via da sua fala telefónica dita preferencial com Xi. Dadas as idiossincrasias dos protagonistas, profundamente egocêntricos e imprevisíveis, mais previsões só no fim do jogo...
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