O jornal “Tal & Qual” foi fundado em 1980 por Joaquim Letria, um profissional sério e que à época era detentor de significativa notoriedade e prestígio (com passagens relevantes pela informação da RTP e em vários projetos editoriais, além de um ator com fortes ligações ao “eanismo”). Durou até 2007, vivendo ciclos de vendas mais ou menos sustentados e sempre orientado por um certo pendor sensacionalista, embora relativamente compensado pelo bom naipe de colaboradores de que dispunha e significativamente controlado em relação a excessos fáceis (o que nem sempre aconteceu de facto – lembrem-se, entre muitas outras, as incursões pela vida privada de Francisco Sá Carneiro e Snu Abecassis ou pelas férias do Presidente Mário Soares).
Como o leitor destas linhas decerto já se terá apercebido, há novamente um “Tal & Qual” nas bancas, à Quarta-Feira, hoje detido por um grupo de empresários nortenhos e editorialmente gerido com escasso critério de rigor e uma orientação de prioridade ao escândalo avulso e raramente dotado de conteúdo – daqui previno os mais desatentos de que pouco ou nada nesta reincarnação do jornal tem a ver com a sua anterior vida, como bem o comprovam as capas de sentido mentiroso, ofensivo, provocatório ou vingativo que parecem ser o seu principal ativo comercial e de afirmação pública e de que acima reproduzo apenas algumas óbvias ilustrações disso mesmo. Um exemplo de populismo que vai rendendo (que não vendendo!) em tempos de completa ausência de escrúpulos e de gritante incapacidade regulatória.
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