Desgraçadamente, Moçambique tem vindo a estar mergulhado em sucessivas tragédias. Depois da luta pela apropriação do gás natural e da instalação em força de uma célula do Daesh, com tudo o que isso implicou em termos de massacres e desestruturação social, as eleições gerais de outubro correram mal ao terem sido objeto de fraudes mais ou menos claramente comprovadas e ao darem lugar a um processo de contestação por parte da nova principal força da oposição (o “Podemos” de Venâncio Mondlane) que se estendeu rapidamente às ruas e já se traduziu em violentas reações militares e policiais com centenas de desenlaces mortais. Um quadro complexo que, apesar dos sinais de controversa legitimidade do resultado eleitoral, as nossas principais autoridades responsáveis (no caso, o Governo e o Presidente da República) resolveram simplificar por via de uma tomada de posição oficial de reconhecimento do mesmo na imediata sequência da decisão produzida, em final de 2024, pelo Conselho Constitucional moçambicano. Nem a especial responsabilidade de Portugal no tocante a uma questão que atinge de frente os direitos democráticos do povo moçambicano levou Marcelo ou a dupla Montenegro/Rangel a pararem para pensar e a eventualmente utilizarem a sua natural influência internacional no sentido de uma desejável normalização do processo e do conflito em curso, em contraste aliás com o que optaram por fazer em relação à Venezuela de Maduro. Filhos e enteados ou apenas uma política diplomática à medida da falta de firmeza de valores que abunda na realidade sociopolítica nacional?
segunda-feira, 6 de janeiro de 2025
MOÇAMBIQUE A FERRO E FOGO, E QUE FAZEMOS NÓS?
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