(Ainda há dias fechava um post com a curiosidade de que 2025 iria ser um ano de quadrado perfeito, mais propriamente de 45 ao quadrado. E aqui estou eu a invocar que amanhã será um dia de número redondo, mais especificamente 50. Sim, cinquenta anos de casado com a Companheira de sempre é obra e algo para celebrar. Já compreenderam que não sou tipo que goste de me expor demasiado, mas alinho hoje com uma exceção a esse princípio, pois em tempos de turbulência de relações por todo o lado e por todo o mundo, manter com saúde e ânimo sempre revigorado uma relação de cinquenta anos não é algo que possamos ignorar e não celebrar. Dando graças pelas condições de saúde que a vida nos proporcionou e pela família que pudemos consolidar, filhos, noras e netos, mesmo que repartidos numa geografia que não facilita os contactos físicos frequentes, AMOR, TOLERÂNCIA e RESPEITO MÚTUO são fatores que podem explicar a resiliência de uma relação, a sua reinvenção e adaptação à chegada inexorável da biologia do envelhecimento. Sou dos que pensa que as condições de resiliência nas relações familiares não são necessariamente extrapoláveis para as sociedades. Mas neste caso acho que seria capaz de construir um projeto de sociedade baseado nestes três princípios e como as sociedades democráticas estão deles necessitados.)
Cinquenta anos passaram sem que déssemos praticamente por isso e é o presente dessa conquista que amanhã celebramos por estas bandas de Seixas. O futuro ainda espera por nós com a incerteza que o aumento da esperança de vida necessariamente implica, não sabendo antecipar como é que o corpo se comportará e que surpresas, boas ou más, nos reserva.
Só espero que tu Mité e eu possamos viver conjuntamente, por mais algum tempo, com ânimo e com condições aceitáveis de saúde esses tempos de incerteza que os setenta e mais anos nos proporcionam.
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