segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

EM CAUSA O BOM NOME DO PROTECIONISMO...

Após raros quatro dias sem blogar, eis-me aqui num regresso breve para responder aos amigos e leitores que me contactaram a registar a falta que já sentiam da minha palavra – muito grato por isso...

 

O gráfico que escolhi e acima reproduzo dá conta, de modo bastante expressivo, do que podem representar numa perspetiva histórica (quase dois séculos) os famosos direitos alfandegários ameaçadoramente prometidos pelo reincidente presidente americano. E a verdade é que, depois da pujança do protecionismo na segunda metade do século XIX e no período de entre grandes guerras mundiais, a afirmação do livre-cambismo é por demais visível a partir dos anos 50 do século passado (acompanhando a fase de ouro do crescimento mundial e o advento da globalização) e parece agora ir ser questionada pelas práticas de defesa nacionalista relativamente errática, discricionária e chantagista que Trump vai bramindo sem parar.

 

Para quem ainda considera haver um espaço de razoabilidade para justificar que alguns países recorram ao protecionismo como meio de estímulo ao seu crescimento e à sua transformação estrutural – e não me refiro apenas, mas também, ao chamado “protecionismo à indústria nascente” e à argumentação do clássico Friedrich List –, o descambamento protetor, grosseiro e distorcido do instável presidente obriga a repensar posicionamentos de princípio em matéria de política comercial. Tanto mais que o desmantelamento da Organização Mundial de Comércio (WTO), indisfarçavelmente dirigido ou paulatinamente organizado, pode estar na cabeça destrutiva do “trumpismo” mais destemperado...

(Andrés Rábago García, “El Roto”, http://elpais.com)

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