segunda-feira, 29 de setembro de 2025

E NAS CAPITAIS DE DISTRITO?

(Elaboração própria a partir de https://www.cne.pt)

Mais uma apresentação de resultados prováveis e possíveis nas próximas Autárquicas. Em causa, desta vez, as dezoito capitais de distrito – uma designação caducada mas que persistimos em não enterrar, fruto da nossa “inconsistência institucional” – e um mix diferentemente conseguido de aritmética eleitoral afinada com dados locais e algumas sondagens que se vão conhecendo. Na infografia acima, a situação vigente (8 presidências do PSD, 5 do PS, 3 da CDU e 2 de movimentos de cidadãos independentes) e a que resultaria de uma transposição do desfecho das últimas Legislativas (15 vitórias da AD e 3 do Chega, neste caso Setúbal, Beja e Faro) são postas em confronto com o cenário a que atribuo maior grau de probabilidade (PSD a passar de 8 para dez câmaras, PS de 5 para 6 e vitória de 2 de movimentos de cidadãos independentes) – de notar, neste quadro, que as capitais de distrito em que o Chega alcançou vitória em maio passado beneficiariam de três efeitos locais relevantemente desfavoráveis à extrema-direita, a candidatura da ex-presidente comunista (Maria das Dores Meira) com apoio do PSD em Setúbal, a última candidatura de um incumbente apreciado em Beja (Paulo Arsénio do PS) e a candidatura em Faro de um autarca prestigiado e com obra feita no concelho vizinho de Olhão (António Miguel Pina do PS); por outro lado, o efeito incumbente tenderia a prevalecer na maioria dos casos, sendo exceções o desvio de Vila Real, Porto e Setúbal para o PSD, de Coimbra para o PS e de Évora para um movimento independente; por fim, o PCP perderia as presidências que detém.

 

Dito isto, não quero deixar de sublinhar que a indeterminação fundamental que apontei em post anterior como sendo dominadora em Lisboa fica claramente à vista em mais alguns destes municípios, que conhecerão certamente vitórias tangenciais ou só apuráveis ao soar da meia-noite. Tal é em especial o caso de seis deles em que parece incontornável uma disputa tripartida taco-a-taco, a saber: Faro, Leiria, Santarém, Setúbal, Viana do Castelo e Viseu. Neste sentido, dois cenários menos prováveis mas a não excluir são reproduzidos abaixo, um com hegemonia do PSD mas três presidências obtidas pelo Chega e o outro, de autêntico pesadelo, com hegemonia de um Chega vencedor em todos os concelhos em que tal se apresenta aritmeticamente factível e um PS quase completamente arredado de poderes presidenciais. Fica o alerta!

(Elaboração própria a partir de https://www.cne.pt)

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