Não vai há muito tempo que Lídia Jorge partilhou, em longa entrevista à “Visão”, o seu estado de alma relativamente ao momento que atravessamos. E disse-o com todas as letras, quer quanto à “lama” que, pelo caminho que vamos, prevê irmos atravessar quer quanto à responsabilidade assacável às redes sociais onde as pessoas “vomitam o que escrevem”. E dá no que dá... já ninguém sabe de que terra é ou, se calhar, alguns sabem em demasia...
Pessoalmente, nunca sequer me passou ao de leve pela cabeça elogiar Isaltino Morais (IM), personagem de que me distancio em quase tudo – voluntarista sem limites, gestor de escrúpulos curtos, ideias de cidade de duvidosa coerência, piroso nos gostos e costumes, etc. –, embora tenha de reconhecer que existirão três exceções: somos ambos apreciadores de boa comida, ambos defensores dos sãos princípios do Estado de direito e ambos gente de coração perto da boca. O modo como, em vídeo gravado e sem medir as palavras, IM se dirigiu a André Ventura após ter sido objeto de acusações pesadas por parte dele, incluindo também afirmações bem reveladoras do entendimento de Democracia que carateriza o autoritário líder do “Chega”, não foi apenas uma reação impulsiva e corajosa, foi sobretudo a reação que Ventura tem de receber em crescendo dos cidadãos que ofende pessoal, institucional ou sistemicamente.



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